Educandário não levou o prêmio, mas esteve entre os 12 finalistas de um total de 1.360 projetos inscritos, de 811 escolas. Láurea é idealizada e promovida por Otelio Drebes

O projeto “Sala de aula ao ar livre: pensando e repensando sobre o ciclo e a utilização da água”, desenvolvido na Escola Municipal de Ensino Fundamental Leopoldo Klepker, do Bairro Alesgut, Teutônia, esteve entre os 12 finalistas da segunda edição do prêmio Fala, Professor!, idealizado e organizado por Otelio Drebes, fundador das Lojas Lebes. O educandário acabou não levando o prêmio, mas integrou o seleto grupo de finalistas, tendo em vista que eram 1.360 projetos inscritos, de 811 escolas de 108 cidades.
A cerimônia de premiação, quando foram conhecidos os vencedores, ocorreu na noite desta quinta-feira, dia 12 de dezembro, na Sociedade Primeiro de Maio, em São Jerônimo. A escola teutoniense esteve representada pelo professor Evandro Biondo, idealizador do projeto, pela diretora Roseli Hartmann, demais professores, equipe diretiva, pais e pelo subsecretário de Educação, Carlos Evandro Schneider.
A Escola Leopoldo Klepker concorreu na categoria Ensino Fundamental – Anos Finais, tendo em vista que o projeto foi desenvolvido pelos alunos do 6º ano A e B, sob coordenação do professor de Ciências Evandro Biondo. Mais duas escolas, uma de Santa Cruz do Sul e outra de Campo Bom, concorriam na mesma categoria e o prêmio acabou indo para o Vale do Rio Pardo.

Biondo destacou que a escola não ganhou o troféu, mas venceu na participação enquanto Teutônia. “Nós viemos como Teutônia e só o fato de estar entre os finalistas, entre os melhores do Estado, é motivo de muita alegria. Estamos de parabéns pela participação, pois Educação é pais, estudantes, professores. E quanto todas essas peças funcionam, a educação funciona. E nós estamso dando prova disso”, frisou, após a cerimônia.
O professore ainda acrescentou que o prêmio valoriza o trabalho dos professores. “E é com esse espírito que temos que nos motivar cada vez mais, fazendo a diferença para os nossos alunos. Nós plantamos a semente, de participar e divulgar o objetivo do prêmio, para que as demais escolas e professores também mostrem aquilo que fazem. E temos muitos projetos em Teutônia que podem concorrer a este prêmio”, afirmou.
A diretora da Escola Leopoldo Klepker, Roseli Hartmann, enfatizou que, mesmo sem o prêmio, a educação de Teutônia saiu ganhando. “É acreditar naquilo que fazemos como educadores. Se não acreditássemos na Educação, não estaríamos aqui, numa quinta-feira de noite, buscando o nosso reconhecimento. Independente do prêmio, o nosso trabalho foi reconhecido. Estar entre os finalistas, foi um privilégio. O que importa foi a nossa participação, a nossa mobilização e, principalmente, a aprendizagem dos nossos alunos”, sublinhou.
O subsecretário de Educação, Carlos Evandro Schneider, parabenizou a escola e o professor Evandro Biondo por evidenciarem, para todo o Estado, a educação de Teutônia. “Representamos em torno de 1% dos trabalhos inscritos. Só isso é motivo de comemoração. Estar entre os finalistas é coroar todo o trabalho que as escolas de Teutônia vem fazendo em prol do nosso bem maior, os nossos alunos”, sublinhou.

O projeto

O projeto “Sala de aula ao ar livre: pensando e repensando sobre o ciclo e a utilização da água” foi desenvolvido para estimular os alunos á consciência da utilização e aplicabilidade da água no cotidiano familiar. Neste sentido, procurou-se compreender de onde vem a água, para onde vai, os custos do tratamento e formas de evitar o desperdício.
O ponto de partida se deu na escola, onde os alunos receberam a explicação introdutória do funcionamento do ciclo da água, o processo de evaporação, as chuvas e sua condensação, além de sua importância para a manutenção do planeta e dos seres vivos. Em seguida, o professor explicou de modo analítico a leitura da conta de água. Além de observar os sistemas de cálculos e medidas, os alunos também aprenderam a localizar o hidrômetro em suas residências, entendendo seu funcionamento.
O segundo passo se deu ao encaminhamento de um trabalho de pesquisa, onde os educandos tiveram que observar as relações com a água e o tempo de consumo da família ao lavar louça, lavar roupa, tomar banho, entre outros afazeres. Após esta reflexão, tornou-se possível observar o quanto a utilização da água se mostrava inadequada em várias residências, fazendo os alunos refletirem sobre seus hábitos e relações com a água. “A conscientização foi além, fazendo com que os alunos conversassem com os pais sobre mudanças de hábitos neste sentindo, ora na maneira excessiva do consumo, de forma inadequada, ora na prevenção de vazamentos, que também desperdiçavam uma quantidade significativa de água nas residências”, detalhou Biondo.
Munidos desta conscientização, os alunos partiram para a investigação de onde e como funciona a distribuição de água no município, para então entender como a água chega às suas residências. Para isto, os processos de tratamento e cloração também foram esmiuçados a partir da fala de um funcionário da Associação Pró Desenvolvimento de Languiru (Associação da Água).
Por fim, os alunos foram conduzidos à margem do Arroio Boa Vista, onde foram estimulados a analisar a mata ciliar, além de compreender sobre os impactos da poluição e sobre as ações socioambientais desenvolvidas, como o projeto Revive Boa Vista. “Este é um dos principais arroios que atravessa o município e desemboca no Rio Taquari. Possui grande importância histórica, simbólica e ambiental, motivando diversas ações no município voltadas à revitalização de suas águas e ao descarte ideal do lixo”, complementou o professor.
Biondo ficou otimista com os resultados obtidos através do projeto. “Tendo o conhecimento que nossos jovens alunos representam o futuro de nosso planeta, temos sempre que sonhar que este seja um futuro melhor, um mundo melhor: mais habitável, mais sustentável. Eles apenas iniciaram a caminhada através desta estudo, mas com toda a certeza levarão a aprendizagem para toda vida”, finalizou.

A cerimônia

A cerimônia de premiação em São Jerônimo foi conduzida pela professora Marilene Pires Drebes, que junto com seu marido, Otelio Drebes, idealizou o prêmio Fala, Professor!, que ocorreu em sua segunda edição. Durante toda a cerimônia, Otelio Drebes, com seus 85 anos, mostrou sua vitalidade e motivação para destacar o papel e a importância do professor para a sociedade.

Em um telão, o público pode conhecer todos os 12 projetos finalistas. E assim, começaram a ser anunciados os campeões, sendo que os professores vencedores receberam um prêmio de R$ 5 mil em dinheiro, cada, e as escolas, R$ 10 mil, cada, para investimentos internos.
Na categoria Ensino Fundamental – Anos Finais, pela qual a Escola Leopoldo Klepker concorreu, o projeto vencedor foi “Expoagro Afubra – Agricultura e Meio Ambiente, da professora Betânia Mahl, da Escola Municipal Luiz Schroeder, de Santa Cruz do Sul. Na categoria Ensino Fundamental – Anos Iniciais, o prêmio foi para o projeto “Movimentação”, da professora Cleide Maria Freitas dos Santos, da Escola Municipal Sebastião Colpo, de Santiago.
Na categoria Educação Infantil, o projeto vencedor foi “As surpresas dos buracos – vida e potência das minhocas”, da professora Chalimar da Rosa, da Escola Municipal Vó Olga, de Mato Leitão. E na categoria especial Música e Alegria na Escola, escolhida por meio de voto popular, o projeto vencedor foi “O Estúdio da Escola”, do professor Lindomar Alex Meller Pündrich, da Escola Municipal São Franscisco, de Tupandi.

Nas três principais categorias, os projetos foram avaliados por cerca de 70 especialistas em educação. Foram levados em conta critérios como o envolvimento dos alunos no projeto, a criatividade, inovação, desenvolvimento do espírito de cooperação e civilidade, além dos benefícios à comunidade local e impacto social.
Durante coletiva de imprensa, Otelio Drebes parabenizou as quatro escolas vencedoras e destacou a importância de todos os projetos finalistas e, também, inscritos. “Aos que não ganharam, o que valeu foi a participação. Os projetos inscritos são a prova de como os professores são criativos. Muitas pessoas não tem noção do que é feito dentro das escolas. Eu chorei com os projetos finalistas, pois a gente vê a diferença que estão fazendo nas crianças e na comunidade, o que ocorre com os todos os projetos inscritos. Por isso, desejo que mais empresários tenham esta visão em apoiar projetos em prol da Educação ou outras áreas. É preciso perder o medo e deixar o coração falar. Com este prêmio, estou sendo um eterno aprendiz”, afirmou.
Marilene Pires Drebes destacou que a ideia do prêmio surgiu quando Otelio passa a fazer palestras. “Nessas andanças pelo Rio Grande do Sul, Otelio e eu percebemos que havia uma necessidade e que ele podia ajudar além das palestras. O setor que resolvemos investir foi na educação. Talvez tenha a ver com a minha formação, por eu saber a realidade dos professores. Aí nasce o prêmio Fala, Professor!”, expôs.

CRÉDITOS DO TEXTO: Édson Luís Schaeffer, com suporte do Jornal Informativo (Teutônia)

Data de publicação: 13/12/2019

Créditos das Fotos: Édson Luís Schaeffer, Foto: