Teutônia estima perda de R$ 14.201.319,00 em perdas devido à estiagem

Uma semana depois da homologação pelo Estado, a situação de emergência de Teutônia em função da estiagem foi homologada pelo Governo Federal, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, dia 20 de maio. Teutônia estima uma perda de R$ 14.201.319,00 tendo em vista a pouca quantidade de chuvas nos meses de novembro, janeiro, fevereiro e março, que ficou abaixo da média histórica.

A Prefeitura de Teutônia decretou a situação de emergência no dia 26 de março, diante das perdas causadas pela estiagem. Na semana passada, no dia 14 de maio, foi publicada no Diário Oficial do Estado a homologação da situação de emergência em nível estadual.

A homologação do decreto de situação de emergência por parte do Estado permite ao Município, principalmente aos produtores rurais, a busca por recursos e condições especiais de auxílio para recuperação das perdas, como, por exemplo, a prorrogação de financiamentos. As perdas causadas pela estiagem são uma das justificativas pela alta no preço de vários produtos nos supermercados.

O prefeito, Jonatan Brönstrup, coloca que a homologação da situação de emergência é uma das formas de auxiliar os produtores rurais. “Tivemos perdas consideráveis nas lavouras de soja, culturas do milho grão, do milho silagem, na bovinocultura de leite e nas demais culturas de subsistência. Isso terá reflexos em toda a economia do município, mas especialmente no dia a dia dos produtores rurais, que dependem da sua produção para gerar renda e ter qualidade de vida”, frisa.

A subsecretária de Agricultura e Meio Ambiente, Nara Regina Nichterwitz, pontua que a pasta tem monitorado a situação junto com o Conselho Municipal de Agricultura e demais entidades ligadas ao setor. “A estiagem, aliada à pandemia do novo coronavírus, tem gerado inúmeros reflexos ao setor primário. Teutônia é referência no setor primário e, por isso, estamos fazendo o que está ao nosso alcance para auxiliar os produtores, sendo que a homologação da situação de emergência trará facilidades a aqueles que tiveram perdas em função da estiagem”, coloca.

Mais de R$ 14 milhões em perdas

O levantamento de perdas foi realizado pela Emater/RS-Ascar de Teutônia, com base em dados coletados a campo e com apoio da Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente, Cooperativa Languiru, Cooperagri, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e Conselho Municipal da Agricultura de Teutônia. O apurado foi o seguinte:

Cultura do milho silagem : foram cultivados 4.270 hectares (ha), cuja expectativa de produtividade inicial era de 32.000 kg/ha de massa verde. Em função da estiagem, estima-se que houve redução de 40% na produtividade, o que representa perda econômica de R$ 7.651.840,00.

Cultura do milho grão : foram cultivados 1.330 ha, cuja expectativa de produtividade inicial era de 7.200 kg/ha de grãos. Em função da estiagem, estima-se que houve redução de 45% na produtividade, o que representa perda econômica de R$ 3.303.720,00.

Cultura da soja : foram cultivados 550 ha, cuja expectativa de produtividade inicial era de 3.400 kg/ha de grãos. Em função da estiagem, estima-se que haverá redução de 50% na produtividade, o que representa perda econômica de R$ 1.340.009,00.

 Bovinocultura de leite : são ordenhadas, anualmente, 7.500 vacas de leite, cuja expectativa produção é de em torno de 2.750.000 litros de leite por mês. Durante os meses de novembro de 2019 a março de 2020, houve redução de 14% no recolhimento de leite, o que representa perda econômica de R$ 1.905.750,00.

Além dos dados apurados, as culturas de subsistência também foram afetadas, bem como algumas propriedades tem relatado dificuldades de abastecimento de água para dessedentação dos animais. Neste sentido, estima-se que, até o momento, a perda econômica para o município é de R$ 14.201.319,00.

Segundo o relatório, o período de ocorrência da estiagem coincidiu com o florescimento e enchimento de grãos da maioria das lavouras de milho e das lavouras de soja, causando danos irreversíveis às culturas. “Isso se refletiu na baixa qualidade da silagem produzida, pois não houve muitos grãos na sua composição e foi preciso antecipar o corte em função da estiagem”, traz o documento.

Ainda conforme o relatório, as pastagens de verão tiveram o crescimento prejudicado em função da estiagem, comprometendo o fornecimento de alimento para o gado leiteiro. Isto, aliado ao excesso de temperatura, reduziu a produção de leite. “Os produtores estão utilizando o estoque de silagem feito na safra passada para alimentar o gado, usando antecipadamente a reserva de alimento que é guardada para ser utilizada no inverno, quando a produção de forragens é menor. A baixa produção de silagem desta safra e sua baixa qualidade refletirão na produtividade de leite nos próximos meses quando esta silagem for utilizada”, complementa o relatório.

CRÉDITOS DO TEXTO: Édson Luís Schaeffer

Data de publicação: 20/05/2020

Créditos das Fotos: divulgação